Encontro Diocesano de Formação da Pastoral Indigenista: Desafios e Esperanças

Aconteceu neste sábado, dia 23 de março de 2024, na Cúria Diocesana de Joinville, o Encontro Diocesano de Formação da Pastoral Indigenista, que reuniu voluntários, simpatizantes, representantes de entidades civis, representante do legislativo, representante da Secretaria de Assistência social de Joinville, liderança indígena Guarani M`byá da aldeia Morro Alto, de São Francisco do Sul.        Os palestrantes e indigenistas Roberto Liebgott e Cleber Busatto iniciaram ouvindo e recolhendo perguntas e expectativas dos presentes.

Neste encontro  emergiram vários aspectos importantes enfrentados pelos indígenas,  tais como: o preconceito que sofrem  por parte da população, a não aceitação a diferentes modos de vida, a carência ao  atendimento da saúde pelas condições precárias que ainda enfrenta o serviço de saúde indígena, sucateada nos últimos anos;  A  Insegurança alimentar, (pois o território que ocupam não está mais fértil ao plantio), cercado por empresas e loteamentos já não propicia as condições dignas de sobrevivência, gerando constantes alagamentos; a falta de água potável uma constante em várias aldeias; Crianças e gestantes com  problemas sérios de saúde e carência de determinadas vitaminas, a alimentação muitas vezes é fruto das campanhas de cestas básica  graças a doações das paróquias e simpatizantes.

O total desconhecimento da cultura indígena e seus direitos faz com que pessoas defendam a integração do indígena a sociedade do mundo urbano. Importante citar o artigo 231 da Constituição Federal que garante aos povos indígenas “sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarca-las proteger e fazer respeitar  todos os seus bens.”  Vale lembrar que segundo a ONU, as florestas mais bem preservadas são as que estão sob a guarda dos povos indígenas, e quando estes vêm à cidade vender o artesanato, eles estão reocupando um espaço que já lhes pertenceu e no qual eles têm o direito de estar.

Deste encontro emergiram algumas ações práticas como, a realização de novos encontros, sugestão do líder indígena  Adriano,  para que cada vez mais a população compreenda as dificuldades que os povos originários enfrentam.

Outra proposta para ação pratica de todos os participantes, escrever uma carta assinada pelas entidades presentes no encontro, direcionada ao Supremo Tribunal Federal manifestando ciência e apoio ao pedido de “inconstitucionalidade da lei 14.701 aprovada em 28 de dezembro de 2023”,que fere frontalmente os direitos dos povos indígenas,  lembrando  portanto do “Princípio da Supremacia da Constituição Federal” no que diz respeito aos povos originários.

A Pastoral Indigenista  encaminhará as propostas, seguindo os propósitos do Papa Francisco  (referendando o princípio da “Igreja em saída”),  ciente de sua missão de dar visibilidade aos povos indígenas (que já estavam aqui a muito tempo), reconhecê-los  como Sujeitos de Direitos,  lutar por uma vida mais digna, pela demarcação das terras para que possam ter assegurado seu território de fato.

 Agradecemos a todos os participantes, a Cúria Diocesana pela disponibilidade do espaço e o empenho da Adipros para que tal evento ocorresse.

Fonte: Pastoral Indigenista